Atividades físicas, alimentação saudável e medicamentos podem amenizar tensão pré-menstrual, sinônimo de transtorno para muitas mulheres.
Com maior ou menor intensidade, a Tensão Pré-Menstrual (TPM) mexe com a vida de cerca de 70% das mulheres. De sintomas físicos como inchaços e cólicas a crises emocionais, a TPM, em alguns casos, pode exigir um acompanhamento mais rigoroso por parte de um profissional de saúde. O importante para as mulheres é se informar sobre as causas e os efeitos da TPM, que podem ser atenuados com hábitos saudáveis e a prática de atividades físicas.
A Tensão Pré-Menstrual é conseqüência do aumento de alguns hormônios, principalmente do estrógeno, no corpo da mulher, durante o período que antecede à menstruação. Esse aumento hormonal pode provocar retenção de líquidos no organismo feminino, fenômeno capaz de mexer bastante com o metabolismo da mulher. A TPM pode durar até 15 dias e se caracteriza pela manifestação de mais de 20 sintomas diferentes, como cólicas, dor nas mamas, dor de cabeça, aumento do apetite e do peso, inchaços em várias partes do corpo e alterações no sistema nervoso. A quantidade e a intensidade desses sintomas variam muito de mulher para mulher e também a cada ciclo.
Para Giani Cezimbra, ginecologista e técnica da Área Técnica de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, é necessário esclarecer que a TPM não é uma doença, mas uma síndrome (estado caracterizado por conjunto de sinais e sintomas), que, dependendo da intensidade e duração de suas manifestações, pode exigir atenção especial e tratamento dirigido. Uma dessas manifestações é a disforia pré-menstrual, distúrbio que apresenta sintomas psiquiátricos. Nessas circunstâncias, a mulher tende a sofrer de crises de irritabilidade, nervosismo, depressão, e, se algo não for feito, ela pode até comprometer seus relacionamentos pessoais e profissionais. A disforia atinge cerca de 8% das mulheres com TPM. Nessas circunstâncias, algumas ficam tão transtornadas que chegam a cometer atos de agressividade contra qualquer pessoa, como colegas de trabalho, maridos, filhos, familiares e amigos, observa Giani Cezimbra. Se isso acontece, não existe outra opção a não ser entrar com um tratamento à base de medicamentos, afirma. Os antidepressivos e os ansiolíticos (tranqüilizantes) são medicamentos que podem ser usados inicialmente para tratar a disforia.Menopausa – A TPM tende a se intensificar dos 35 anos até a menopausa (período em que terminam os ciclos menstruais). Nessa fase, até mulheres que não sofriam do problema podem ser atingidas pelo início de uma disfunção hormonal. Os efeitos da TPM também podem continuar ao longo da menstruação e, nesse caso, o fenômeno recebe o nome de tensão menstrual.
Na opinião da técnica da Saúde da Mulher do Ministério, combater o estresse e manter hábitos saudáveis contribui bastante para atenuar os efeitos da TPM. O estresse e as angústias em geral do cotidiano ajudam a agravar o problema. É necessário também que a mulher esteja atenta à alimentação e à prática regular de atividades físicas. Ingestão de café, refrigerante, açúcar, comida condimentada, gordurosa, sal e o tabagismo devem ser evitados. Ao invés disso, os profissionais de saúde recomendam o consumo de frutas, verduras, proteínas, carboidratos integrais, muita água e chás diuréticos, como o chá de erva cidreira, quebra-pedra e douradinha do campo. Esses chás eliminam líquidos retidos. Também se recomendam chás com propriedades calmantes, como o de camomila. Caminhadas regulares e esportes com duração de 30 minutos, além de promoverem o bem-estar e a saúde, melhoram o fluxo sangüíneo, eliminam líquidos e reduzem o estresse.
Giani Cezimbra acredita que tratamentos como a acupuntura, a homeopatia e a fitoterapia, previstos na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde (SUS), são outras opções eficazes para aliviar a tensão pré-menstrual.
Anticoncepcionais – A técnica do Ministério da Saúde aproveita para comentar a informação de que alguns anticoncepcionais combatem a TPM. Certos anticoncepcionais realmente aliviam os efeitos da tensão. Se a mulher já usa esses medicamentos para contracepção, não há mal algum em se beneficiar disso. Mas não se trata da primeira opção para controlar os sintomas da TPM em mulheres que não usam esses medicamentos com objetivo contraceptivo.
Para Giani Cezimbra o importante é que a mulher e as pessoas com quem elas convivam reconheçam a existência da TPM, quando ela estiver presente. Negar, assumir atitudes preconceituosas e não procurar ajuda só pioram a situação progressivamente. Tratar o problema no início, por meio da adoção de hábitos saudáveis ou de algumas opções terapêuticas, pode garantir melhora na grande maioria das mulheres, evitando que ocorram manifestações mais graves e crônicas e a necessidade de tratamentos mais sérios. Antigamente não se tratava a TPM com a seriedade necessária. Não se pode atribuir esse problema a uma queixa infundada da mulher. Muitas vezes, a TPM pode gerar conseqüências desastrosas. Por isso é preciso muita atenção, afirma Giani Cezimbra.
Fonte: Ministério da Saúde.